O motorista do Uber agredido por taxistas em Porto Alegre afirmou em entrevista ao Timeline Gaúcha nesta sexta-feira (27) que foi vítima de um ato de "barbárie". Bráulio Pelegrini Escobar, 41 anos, afirmou que ficou durante 55 minutos circulando pela cidade com os falsos passageiros, que solicitaram uma corrida e depois o agrediram.
"Eu jamais imaginei que seria uma emboscada", disse ele, ao afirmar que quando chegou ao estacionamento do hipermercado Carrefour, na tarde de quinta-feira, pelos menos 10 pessoas começaram a espancá-lo.
"Eram cerca de 10 pessoas, começaram a quebrar o carro, quebraram os vidros, abriram o porta-malas", reforçou.
Ele ainda comentou as frases ditas pelos taxistas durante a agressão: "Disseram que eu era um clandestino, que estava tirando comida da boca dos filhos deles. Disseram que eu tinha que morrer para servir de exemplo".
Entre as expressões usadas, ainda está a referência ao pronunciamento feito pelo prefeito José Fortunati à Rádio Gaúcha na manhã de ontem. "Eles diziam que aqui não é terra de ninguém", afirmou.
O motorista também comentou que recebeu centenas de mensagens após o ocorrido, inclusive de taxistas. "Eu sei que essas pessoas (que agrediram) são minoria, é uma banda podre que já deveria ter sido erradicada do serviço de táxi".
Bráulio ainda afirmou que não pretende parar de trabalhar pelo Uber e também disse que recebeu toda a assistência da empresa. Para ele, prestar serviço pelo aplicativo tem sido uma ótima oportunidade e que pretende comprar um novo carro no começo do ano que vem.
Taxistas presos
Os dois taxistas que foram presos em flagrante acusados de agredir o motorista do Uber responderão por tentativa de homicídio e dano qualificado do veículo Fiesta, conforme afirmou a delegada Cristiane Ramos. O caso ocorreu no fim da tarde de quinta-feira (26), no estacionamento de um himermercado na avenida Bento Gonçalves.
A EPTC afirmou, em nota, que os taxistas seriam suspensos preventivamente assim que fossem identificados. O prefeito José Fortunati manifestou repúdio às agressões.
Bráulio Pelegrini Escobar, 41 anos, foi agredido por cerca de dez pessoas e conduzido ao Hospital Cristo Redentor. Ele recebeu alta durante a madrugada e foi para o Palácio da Polícia prestar depoimento.