O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou a correligionários na tarde desta sexta-feira (4), em São Paulo, sobre a operação deflagrada hoje pela Polícia Federal. Em um vídeo gravado na sede do PT e publicado nas redes sociais, Lula criticou o trabalho do juiz Sérgio Moro e disse que "não devo e não temo".
"Lamentavelmente, eu acho que estamos vivendo um processo em que a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa, o que vale mais é o show midiático do que a apuração séria, responsável, que deve ser feita pela Justiça, pela polícia e pelo Ministério Público", afirmou o ex-presidente.
Ele ainda disse que não precisava de um mandado de condução coercitiva para que prestasse depoimento na Polícia Federal, já que sempre esteve à disposição dos investigadores. "Se o juiz Moro e o Ministério Público quisessem me ouvir, era só terem me mandado um ofício. Eu ia como sempre fui porque não devo e não temo", declarou.
Veja o vídeo:
Publicado por Jornalistas Livres em Sexta, 4 de março de 2016
EXCLUSIVO!LULA CONVERSA COM AMIGOS E MILITANTES AGORA NO DIRETORIO NACIONAL DO PT"Se eles quisessem me ouvir era so chamar que eu iria por que não devo e não temo (..) A pirotecnia e o show midiático estão valendo mais que qualquer coisa (...) Eles acenderam em mim a chama...a luta continua!"Lula falou com os militantes pouco antes de 14h e a equipe dos Jornalistas Livres tava lá.#nãovaitergolpe#golpistasnãopassarão#jornalistaslivres
Nova fase da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta sexta-feira (4) a 24ª fase da Operação Lava Jato nas residências do ex-presidente Lula e do filho Fábio Luíz Lula da Silva, também conhecido como Lulinha. Essa fase da operação foi batizada de Aletheia, ou seja, a busca da verdade. Lula foi alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva, quando o investigado é levado para depor. Ainda foi levado para prestar esclarecimentos o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.
Os carros da Polícia Federal chegaram às 6h no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo. Quatro carros entraram na garagem do prédio e cerca de dez agentes ficaram na portaria. Cerca de 200 agentes da Polícia Federal e 30 auditores da Receita Federal cumpriram 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia.
O ex-presidente foi levado para a delegacia da PF no aeroporto de Congonhas para depor. Depois de 3h30, ele deixou o local e seguiu para a sede do PT na capital paulista.