Botequins e barbearias da área central de Caxias foram cenário para produção de moda inspirada em Nelson Rodrigues

O cenário das peças, romances e crônicas do dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) nunca foi muito amplo. Resumia-se praticamente aos mesmos lugares, comuns a maioria dos brasileiros de clásse média.

Confira o resultado da produção, com a modelo Dayane Mussoi encarnando à perfeição as clássicas mulheres de Nelson

No Facebook do Pioneiro.com, escolha sua franse preferida de Nelson Rodrigues na enquete

Botequins, salões de sinuca, subúrbios, vilas de operários, casa de família, galerias, bordéis, barbearias. Desses locais, frequentados por ele diariamente por ele no Rio de Janeiro das décadas de 1930 a 1970, saía a inspiração para a maior parte de seus personagens: o funcionário público, a esposa ciumenta, a prostituta, a vizinha invejosa, a cunhada gostosa, o tio sedutor, a viúva tentadora, o filhinho de papai, entre tantos outros de A Vida Como Ela É... Foi exatamente nesses pontos que a produção de moda da revista Almanaque debruçou-se para as fotos que você confere na edição impressa e na galeria de fotos abaixo.

A Galeria do Comércio, na Av. Júlio de Castilhos, defronte à Praça Dante Alighieri, contribuiu com uma clássica barbearia, o Salão Central, e um típico botequim de azulejos retrô, cafezinho tomado em pé e coxinhas de galinha espalhadas pelo balcão, o La Gringa Lanches.

Outro cenário bastante recorrente na obra do dramaturgo eram as garçonieres e os apartamentos e casarões de família, onde irmãs, cunhados, sogras e tias devidiam não só o mesmo espaço, mas os mesmos desejos proibidos e angústias. Aí entrou a colaboração de uma moradora do Condomínio Galeria Auto João Muratore, o clássico Caixa de Fósforo, que abriu as portas de uma suntuoso apartamento de 300 metros quadrados.