A decisão das editoras caxienses Belas-Letras e Maneco, que lançam seus primeiros e-books em maio, de aventurar-se no segmento de livros digitais vem em excelente momento. Embora no Brasil não haja dados atualizados do segmento, sabe-se que nos Estados Unidos as vendas de e-books tiveram um crescimento de 117% em 2011, segundo dados da Associação dos Editores Americanos (AAP).
De olho nesse mercado, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) promove em São Paulo, nos dias 10 e 11 de maio, o 3º Congresso Internacional do Livro Digital, que terá como tema A Nova Cadeia Produtiva de Conteúdo - Do Autor ao Leitor. Conforme a CBL, existem hoje no Brasil 95 milhões de leitores, mas apenas 36 milhões destes compram livros, numa média que não ultrapassa 1,1 exemplar/ano por pessoa, o que, na avaliação da entidade, permite concluir que há muito espaço para o país crescer nesse setor.
Ainda segundo a CBL, a expectativa é de que a ascensão do livro digital no Brasil comece pelas salas de aula. Um dos motivos dessa crença é que o Ministério da Educação (MEC) pretende distribuir tablets na rede pública de ensino. A distribuição dos equipamentos deve começar no segundo semestre, para professores do ensino médio, e estima-se que eles cheguem a 62 mil escolas públicas.
Outro fato que aponta no sentido da popularização dos e-books é que uma das ações do Programa Nacional do Livro e Leitura (PNLL), anunciado na semana passada pelo Ministério da Cultura (MinC), será o lançamento de uma coleção de clássicos brasileiros em e-book. Ao todo, serão 100 obras de autores nacionais, que já estão em domínio público, disponibilizadas dentro desse programa de fomento à leitura. Além disso, as editoras que cadastraram obras este ano para o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) também tiveram de oferecer a opção do livro em versão digital.
São provas de que a literatura pode conviver pacificamente com as novas tecnologias, o que já está sendo compreendido tanto em nível de políticas públicas quanto da cadeia produtiva do livro.
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