Por Patrícia Alejandra Behar, professora titular da Faculdade de Educação - UFRGS e membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed)
A educação a distância (EAD) é uma modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados, física ou temporalmente, e, portanto, se faz necessária a utilização de tecnologias digitais para promover a interação e a comunicação. Esta cresceu significativamente nos últimos anos e, atualmente, encontra-se em um cenário promissor. À medida que os anos foram passando, foi possível constatar a adesão massiva no contexto brasileiro. Mas por que esse crescimento?
Entendemos que a EAD possibilita o acesso à capacitação de pessoas que gostariam de uma formação em nível superior e que não têm meios para poder frequentar cursos presenciais de excelência, ou ainda, para aqueles que desejam se aperfeiçoar, se atualizar e não têm disponibilidade para cumprir horários fixos e deslocamentos. Em outras palavras, a educação a distância abre um leque de possibilidades para os que não têm oportunidades de cursar o Ensino Superior, minimizando a desigualdade sociodigital-cultural.
Entendemos que, da mesma forma como ocorre no presencial, temos cursos de ótima e de péssima qualidade, e isso não depende da modalidade EAD
Sabemos que é essencial manter e melhorar cada vez mais a qualidade dessa modalidade. E para isso é preciso levar em conta uma série de fatores como: a construção de modelos pedagógicos bem definidos em relação às ofertas de formação, contexto e perfil do aluno, implementação de estratégias e metodologias específicas para o ensino online a fim de garantir uma experiência eficaz, eficiente e de alto nível educacional. Além disso, um curso de EAD necessita ter uma infraestrutura tecnológica robusta para suportar a aprendizagem a distância, oferecer plataformas e ferramentas de colaboração intuitivas e amigáveis, avaliação contínua e adequada, suporte ao aluno disponibilizando recursos de apoio e orientação acadêmica, entre outros.
Um ponto importante e bastante questionado é se estamos preparando bons profissionais. Entendemos que, da mesma forma como ocorre no presencial, temos cursos de ótima e de péssima qualidade, e isso não depende da modalidade EAD e sim da visibilidade em relação às condições de empregabilidade dos profissionais que se formam. Superar obstáculos e enfrentar desafios sempre irá exigir muito esforço das instituições de ensino, de governo e de outros stakeholders para garantir que a educação a distância seja uma opção inclusiva e acessível para todos os estudantes brasileiros.