Teve muitas lembranças felizes, análises de fatos atuais do futebol, recordações de muitos carnavais, projetos para o futuro e uma boa dose de emoção o Cardápio do Zé de agosto. O preparador físico Paulo Paixão – campeão do mundo pela Seleção Brasileira e pelo Inter, tricampeão da América (Grêmio, Palmeiras e Inter) e vencedor de outras inúmeras conquistas – conversou com José Alberto Andrade no Gaúcha Sports Bar sobre a carreira e vida pessoal.
Paixão garantiu que está recuperado do golpe que foi a perda do filho Ânderson, na tragédia da Chapecoense, e pronto para voltar a trabalhar, seja na sua tradicional função de preparador físico, ou encarando outro desafio mais abrangente, numa área de coordenação ou supervisão de trabalho nesta área.
– Nestes mais de 37 anos de profissão a gente tem que ter algo a ensinar, não é mesmo? – pergunta, orgulhoso.
Elogios a Grêmio, Inter e Seleção
Sem ter se desligado dos acontecimentos, elogia o Grêmio pelos resultados e pela condução do trabalho em meio a três competições paralelas. Faz questão de valorizar seu colega Rogério Dias e a equipe que lhe dá suporte, não esquecendo de falar bem de Renato e do assistente Alexandre Mendes.
Quanto ao Inter, acha que há agora uma estabilidade e não tem dúvida do retorno à primeira divisão. Ex-preparador da Seleção Brasileira, acha que sob o comando de Tite, o grupo reencontrou um caminho.
– Deu a liga e isto é fundamental. Por vezes os trabalhos são corretos, mas algo acontece e as coisas não se combinam. Hoje vejo tudo dando certo – opina, lembrando das recentes passagens suas ao lado de Felipão ou Dunga.
Não faltaram recordações felizes: os 15 anos do penta da Copa do Mundo, o título mundial pelo Inter em 2006 e a série de conquistas nos anos 90 pelo Grêmio.
Força ao Amigo Abel
Carioca da Tijuca que adotou o Rio Grande do Sul, Paulo Paixão não se esquece de falar do Carnaval, ele que é componente da bateria do Salgueiro no Rio de Janeiro, mas que vive intensamente até em outras escolas de samba a grande festa. Com a naturalidade que fala de momentos carnavalescos, é capaz de, com total sobriedade, encarar e comentar dramas pessoais, como a perda de dois filhos e revela que recentemente foi chamado a consolar e levar a palavra de amigo a seu parceiro de Inter Abel Braga – que viveu tragédia semelhante.
– Conversei com Abelão no dia do falecimento do menino. Ele queria me ouvir. Eu lhe passei que Deus está acima de tudo, e que é Ele nos dá a força para a superação – recordou Paixão, que foi muito aplaudido no final pela plateia, podendo então saborear um petisco feito especialmente para mais este convidado especial do Cardápio do Zé.
Confira a entrevista de Paulo Paixão a José Alberto Andrade: