Futuro secretário da Saúde do Estado, o médico João Gabbardo assume o cargo em janeiro com um quadro de atrasos de repasses federais e estaduais. Equalizar a arrecadação e os custos do sistema, sem fragilizar a qualidade do atendimento, é apontado por ele como seu principal desafio para o início do governo de José Ivo Sartori (PMDB).
- A saúde no Rio Grande do Sul e nos outros Estados tem como grande problema o financiamento, que sempre é insuficiente. Os custos são muito elevados, a cada novo medicamento ou exame incorporado no mercado o gasto sobe. Temos de ser racionais, temos de fazer o melhor possível com os recursos disponíveis, sejam federais, estaduais ou municipais - diz.
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Aos 58 anos, atual superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, Gabbardo tem relação antiga com o PMDB e conhece bem a Secretária da Saúde gaúcha. Pediatra que nas últimas décadas se especializou na gestão, ele retorna ao posto que ocupou no final do governo Germano Rigotto, em 2006. Antes, foi secretário-adjunto de Osmar Terra, que comandava a secretaria.
Para Gabbardo, o sistema de saúde gaúcho ficou mais robusto nos últimos anos, com maior estrutura física. Contudo, os primeiros meses de 2015 podem trazer dificuldades em virtude de atrasos em repasses de verbas para hospitais, clínicas e prefeituras por serviços já realizados.
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- A gente tem notícia de que o Ministério da Saúde repassará no mês de novembro somente 70% do valor da alta e média complexidade, deixará o pagamento de 30% para 2015. Isso gera uma preocupação nos prestadores de serviço, hospitais e clínicas, porque ocorre em dezembro, mês de compromissos maiores, como o 13º. Ainda não tenho os relatórios da transição no Estado, mas há informação de que há atraso nos repasses estaduais, tanto para prefeituras quanto para hospitais - descreve.
Antes da posse, o futuro secretário aguarda uma reunião com a nova equipe da Fazenda, para ter o quadro real de dívidas e traçar o planejamento para equilibrar a situação.
Em Brasília, Gabbardo acerta nos próximos dias as pendências burocráticas do seu desligamento do Instituto de Cardiologia do DF. Ele pretende passar o período entre Natal e Ano Novo em Porto Alegre, debruçado sobre os relatórios elaborados pela equipe de transição do governo. No período, também definirá sua equipe, que pode contar com profissionais que atuaram na gestão de Tarso Genro (PT).
- Tem muita gente na Secretária da Saúde que desempenha chefias e que será mantida. Em algumas áreas, se for necessário vamos nomear. Em 1º de janeiro estaremos com a equipe toda montada.
* Zero Hora
Novo comando
Futuro secretário da Saúde, João Gabbardo afirma que equilibrar gastos será seu principal desafio
Médico pretende trabalhar para equalizar a arrecadação e os custos do sistema, sem fragilizar a qualidade do atendimento
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