Um acordo com a União é cogitado para agilizar o pagamento de indenização bilionária para a Varig. A informação é do secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil e ex-funcionário da Varig, Celso Klafke, que acompanhou o julgamento dessa quinta-feira no Supremo Tribunal Federal e conversou com a coluna nesta sexta-feira.
O STF manteve, por unanimidade, a decisão de 2014 que obriga a União a pagar por perdas que o congelamento de tarifas do Plano Cruzado provocou à companhia aérea. A Advocacia-Geral da União fala em R$ 3 bilhões.
- Mas a Varig pede que seja usado outro indexador. Então, pode chegar a R$ 7 bilhões. Só que este cálculo pode levar anos.
O recálculo será feito quando o processo voltar à instância inferior da Justiça. Isso ocorrerá somente depois de publicada a decisão do STF desta semana. Da última vez, demorou quatro meses, conta Klafke.
Segundo o secretário-geral da Fentac, há uma preocupação com o pagamento dos aposentados. Estima que sejam 10 mil trabalhadores que têm direito a recursos pelo Aerus, plano de previdência da Varig.
- Eu, por exemplo, estou trabalhando na TAP. A prioridade tem que ser pagar os aposentados.
Além deles, há outros 10 mil que estavam na ativa quando a companhia aérea ainda operava. A maior parte fica no Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, Klafke estima que sejam 1,5 mil trabalhadores que ainda não receberam o dinheiro que têm direito.
A falência da Varig ocorreu em 2010. Esta ação está na Justiça há mais de 20 anos. Há outras duas ações que exigem pagamentos para trabalhadores. A ideia é que também façam parte do acordo.
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