Agridoce Café: para se sentir em casa

Se existe um lugar em Porto Alegre que une tudo aquilo que busco em um estabelecimento de gastronomia - atendimento agradável, decoração de encher os olhos e cardápio delicioso -, esse lugar é o Agridoce Café.

Localizado em um casarão antigo da Rua Sarmento Leite, na Cidade Baixa, começou como quem não quer nada há dois anos. Hoje, porém, faz sucesso na cidade: ampliou o ambiente e tem suas mesas disputadas nos horários de pico e nos finais de semana. Com fila de espera e tudo.

Quando ultrapassamos a porta, entramos em um outro mundo. Aconchegante e com cheiro de café, claro. O ambiente é tão surpreendente que fica quase impossível descrever em palavras, só mesmo mostrando em fotos ou indo até lá para conferir in loco.

A decoração nada mais é do que um amontoado de objetos antigos, desses de antiquário mesmo. Mas um amontoado perfeito e bem pensado. Nos mínimos detalhes, eu diria. Nada está deslocado. Todos os objetos se unem em harmonia. Como dezenas de quadros em uma parede só, ou algumas malas penduradas em outra.

Como esse grupo de abajures que pendem do teto virados para baixo.

Ou como esses retratos antigos misturados a vários estilos de relógios presos em uma parede.

Posso também ficar aqui o dia inteiro (ou a noite toda, como preferir) falando sobre como o balcão é atrativo, com essas luzinhas e esses pratos ao fundo.

Aliás, os doces ficam nessa vitrine, que nada mais é do que um armário antigo. Tem como não ficar encantado com cada detalhe?

Enquanto esperávamos a mesa, matamos a sede com a água filtrada cortesia. O Agridoce foi um dos primeiros lugares a oferecer essa opção em Porto Alegre, e hoje cada vez mais lugares têm aderido à ideia. Ainda bem!

Estávamos em quatro e enchemos de pedidos o atendente, que anotou tudo, tirou dúvidas e, pouco tempo depois, trouxe tudo certinho à mesa. Serviço exemplar. Olha que linda que ficou a mesa! Repara na louça, cada uma de um jeito. Delicadeza!

A Fran abriu os trabalhos com um brioche da casa com salame, queijo colonial e maionese de leite com salsinha.

A Ju escolheu o brioche com pasta de tomates secos. O pão é servido quente e a pasta vem dentro desse potinho. Achei fofo.

A Ana foi de bagel recheado com queijo derretido e ervas finas. Delícia!

Eu fui direto no café e no doce. Fiquei curiosa quando vi no cardápio e pedi, então, o cappuccino cardamomo, preparado com sementes da especiaria. Muito amor o desenho na xícara, né? Assim que aproximei da boca, senti os aromas incríveis do cardamomo, que em seguida foram completados pelo sabor. Baita dica para quem gosta de experimentar bebidas diferentes.

Já contei por aqui que não consigo lidar quando vejo doce de leite no menu. Então minha escolha foi certeira na torta brownie com doce de leite coberta por merengue suíço. Fantástica!

A Ana preferiu o tiramisù, feito com biscoitos champanhe banhados em espresso e intercalados por creme e cacau. Ela pediu um latte macchiato para acompanhar.

A Ju escolheu uma linda naked cake de chocolate com recheio de doce de leite e frutas vermelhas. Roubei um pedaço, e estava uma delícia, além de linda. Para acompanhar, ela foi de mocha, feito com leite sem lactose. Aliás, sabe o que é mais bacana? O cardápio do Agridoce tem uma página exclusiva com opções doces e salgadas sem glúten e sem lactose.

A Fran pediu um café passado, que chega assim na mesa.

Para acompanhar, um clafoutis de frutas vermelhas. Uma espécie de pudim com um toque de chocolate branco.

Ficamos um bom tempo por lá, conversando e observando o movimento - que não parava um segundo sequer numa sexta à noite. Depois de encher a alma com uma experiência tão linda e deliciosa, que tal deixar um café pago para um desconhecido? O Café Pendente é a sugestão do Agridoce. São iniciativas assim que deixam o mundo um pouquinho melhor que seja.