Pouco antes de casar, comprei um presente para meus familiares mais próximos. Para meu irmão comprei um livro sobre as diferentes cervejas do mundo. Na época pensava que ele se interessava muito mais no assunto do que eu.
Ledo engano, pois pouco tempo depois lá estava eu totalmente fascinado pela profusão de sabores e aromas que as cervejas podem proporcionar. Isso foi há mais ou menos dois anos e meio, coincidentemente ou não, quase o mesmo período que sou um food hunter aqui nos Destemperados.
Algumas centenas de cervejas diferentes depois, escolho sete cervejas curiosas para uma lista para chamar de minha. Gosto muito de todas elas mas não são exatamente as minhas favoritas, pois a graça da coisa toda é que a lista pode mudar toda semana.
PETROLEUM
A Petroleum não é uma cerveja, mas várias. Trata-se de uma famosa receita caseira da curitibana DUM, mas que viu os tanques industriais pela primeira vez pela mineira Wäls. Ganhou, porém, uma versão dos seus criadores algum tempo depois.
Hoje é possível encontrar sete versões da Petroleum, pela Wäls há a tradicional, a Hot com adição de pimenta e uma rara versão envelhecida em barril que já abrigou cachaça. Pela DUM, há também uma versão tradicional e foi lançada uma série com versões envelhecidas em barris de amburana, carvalho e castanheira. Cadê a lista das melhores Petroleum?
COLOMBINA PEPPER LAGER
Desta lista, é a cerveja que eu experimentei há menos tempo e já se tornou a minha preferida desta cervejaria goiana. Uma lager leve e refrescante que apresenta um retrogosto interessante de pimenta bodinho. Na minha turma, não foi uma unanimidade, mas não precisa ser.
LIFFEY SEX ON FIRE
O Liffey é um brewpub de Palhoça (SC) que conheci graças a uma indicação de ninguém menos que o Caniço dos Raimundos, durante o Festival Brasileiro da Cerveja deste ano. Uma Saison com cereja e páprica doce na composição e com uma cerejinha servida no copo. Vale uma viagem a Palhoça.
BENEDITA FURRUNDU STOUT
Apesar de ter sido produzida em Ribeirão Preto (na Invicta), o DNA da Benedita é cuiabano. Trata-se de uma American Stout bem lupulada com adição de furrundu, um doce local feito com caule do mamoeiro, rapadura e gengibre.
Lançada no começo desse ano, o lote estava previsto para durar no mínimo seis meses, acabou na metade do tempo e durante esse tempo faturou uma medalha de bronze no Festival Brasileiro da Cerveja de Blumenau.
MANIBA BLACK METAL IPA
O ideal é que a Black Metal fosse servida pela primera vez para um apreciador de olhos vendados, a impressão que se tem é de uma potente IPA já que as notas torradas são bem discretas.
Trata-se de um benefício de quem mora no Rio Grande do Sul, pois as cervejas da Maniba não são pasteurizadas e a produção fica quase toda pela região. Obrigado aos amigos gaúchos pela cerveja alcançada.
MORADA DOUBLE VIENNA BRUT
Uma das grandes surpresas do ano passado, uma cerveja que já era sensacional (a Double Vienna) passa por um intrincado processo em que recebe um blend de açúcares e Saccharomyces Bayanus o que resulta em uma espécie de espumante maltado e lupulado. Vale o investimento.
ANCHOR OLD FOGHORN
Uma estrangeira para invadir a lista, uma das minhas cervejas favoritas que sempre revisito. Uma barleywine feita na California, mas com estilão meio inglês.
Não bastasse ser uma cerveja sensacional, a Foggy também é uma boa opção para experimentos de envelhecimento (sério, compre algumas e guarde).
* Conteúdo produzido por Gabriel Lucas