Há pelo menos três bons motivos para fazer turismo em Cuba antes que se torne uma ilha como qualquer outra do Caribe, com areias brancas, mar azul, coqueiros e restaurantes internacionais: viajar no tempo, conhecer um dos últimos países comunistas do planeta e ver a História se fazendo ao vivo.
O acordo com os Estados Unidos, anunciado em 17 de dezembro, tende a mudar para sempre a face da ilha que há quase seis décadas está sob comando dos irmãos Fidel e Raúl Castro, remanescentes da revolução que imortalizou a figura do argentino Ernesto Che Guevara.
Na capital, Havana, convivem prédios históricos cuidadosamente restaurados, edifícios em decomposição, com grades enferrujadas e fiação à mostra, e hotéis de luxo construídos em associação com grandes redes internacionais. Pelas ruas desfilam carros americanos fabricados há mais de 60 anos, Ladas russos caindo aos pedaços, ônibus e automóveis modernos importados da China e usados para transportar turistas canadenses, europeus, asiáticos e latino-americanos que torcem o nariz para o embargo imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século.
No Museu da Revolução, no coração de Habana Vieja, pode-se acompanhar passo a passo a história da aventura que resultou na queda do ditador Fulgêncio Batista, incluindo o lendário Gramna, iate que trouxe do México os rebeldes liderados por Fidel para brigar pelo poder. A Praça da Revolução, onde Fidel reunia multidões para ouvir seus longos discursos, é um dos pontos de concentração de turistas que fazem selfies nos carros que parecem saídos do túnel do tempo ou no Memorial José Martí, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade.
Dois dos lugares mais visitados foram popularizados por Ernest Hemingway, que viveu duas décadas na ilha, com a frase "My mojito in La Bodeguita, my daiquiri in El Floridita". É possível se hospedar no hotel em que o escritor americano morou, o Ambos Mundos. Não é o melhor, mas é um clássico.
O centro histórico é parte obrigatória do roteiro de qualquer turista, mas a maior atração de Cuba, além do rum e dos charutos, são as praias de água morna. São 7 mil quilômetros de costa, com mais de 300 praias. Varadero, a mais conhecida, fica a 140 quilômetros de Havana. É uma concentração de hotéis e resorts, com campo de golfe e restaurantes de luxo, que rivaliza na preferência dos estrangeiros com ilhotas como Cayo Largo e Cayo Coco, todas com mar azul turquesa e areia branca como açúcar.
Confira, nos links abaixo, as sugestões de jornalistas de ZH sobre o que visitar em Cuba.
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Rosane de Oliveira: muitas mudanças em 12 anos
Carlos Rollsing: um passeio pelo Malecón de Havana
Letícia Duarte: nos paladares, comida boa e muitas cantadas
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